MÃOS

(Socrates Di Lima)

....E se perco as tuas mãos!

Ao afastar-te de mim...

Os ventos as levarão...

Para onde não as tocarei, enfim!

Mãos, que tens o veludo,

No toque divinal da face,

Como um carinho, sobretudo,

que faz do prazer um realce.

E quando senti as mãos tuas,

Senti a brisa acariciar,

Vestistes as vestes nuas,

Desnudando o prazer de sonhar.

E quando a tarde chega mansinha...

Como chega o mar na areia,

Tal qual uma passarinha,

Que no ninho feliz gorjeia.

Foram mãos que balançaram meu berço,

Escreveram versos d´amor,

Das quais de saudade padeço,

Ao senti-la nas noites de clamor.

Lembro-me das mãos que me acarinharam,

quais não há como esquece-las,

Tantos carinhos as desenharam,

Que até a eternidade hei de quere-las.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 05/08/2017
Código do texto: T6074811
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