MÃOS
(Socrates Di Lima)
....E se perco as tuas mãos!
Ao afastar-te de mim...
Os ventos as levarão...
Para onde não as tocarei, enfim!
Mãos, que tens o veludo,
No toque divinal da face,
Como um carinho, sobretudo,
que faz do prazer um realce.
E quando senti as mãos tuas,
Senti a brisa acariciar,
Vestistes as vestes nuas,
Desnudando o prazer de sonhar.
E quando a tarde chega mansinha...
Como chega o mar na areia,
Tal qual uma passarinha,
Que no ninho feliz gorjeia.
Foram mãos que balançaram meu berço,
Escreveram versos d´amor,
Das quais de saudade padeço,
Ao senti-la nas noites de clamor.
Lembro-me das mãos que me acarinharam,
quais não há como esquece-las,
Tantos carinhos as desenharam,
Que até a eternidade hei de quere-las.