Devagar, vida!

Apressa-te ao compasso do vento

deixa o teu corpo caminhar

hora tempestade, hora redemoinho

hora brisa fresca soprando suave e lenta

quase a te ninar.

Deixa os teus olhos se perderem no horizonte

triscarem o topo dos arranha-céus,

depois se jogue no vazio ar sem medo

e deixe o teu corpo voar com os pássaros.

Sinta a dor deles ao deslizarem pelo éter febril

da imaterialidade e tenuidade da vida.

Sinta a liberdade empoderar-te de coragem

e o ar apressado invadir os teus pulmões,

sinta a saliva secar e colar as palavras nos lábios

como em tristes e incoerentes refrões.

Sinta!Sinta! Já sentes? Sentes?

Sabe essa dor aí no joelho que já começa a incomodar?

E essa vista turva que já não lhe permite ver além?

É o seu mundo inteiro prestes a desabar!

É a morte, amigo, indo te visitar.

E levando flores disfarçadas de sol para o teu velório.

Não importa se caminhas sozinho,

rápido ou devagar... Vá!

Siga sempre em frente.

Se tudo que tens pelo caminho, e não é obra do acaso,

é teu próprio caminho e tudo que construíres nele ao caminhar.

Curve-se aos pés do firmamento e beije a mão de deus

reverenciando a tua gigantez e onipotência

ou cuspa todo o seu ódio e desdenho

dizendo que a ele jamais pertenceu.

Só não te esqueças do futuro e de caminhar o caminho que ainda não percorreu.

#JWPapa #BahrBuddin

JWPapa
Enviado por JWPapa em 04/08/2017
Reeditado em 31/03/2018
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