Devagar, vida!
Apressa-te ao compasso do vento
deixa o teu corpo caminhar
hora tempestade, hora redemoinho
hora brisa fresca soprando suave e lenta
quase a te ninar.
Deixa os teus olhos se perderem no horizonte
triscarem o topo dos arranha-céus,
depois se jogue no vazio ar sem medo
e deixe o teu corpo voar com os pássaros.
Sinta a dor deles ao deslizarem pelo éter febril
da imaterialidade e tenuidade da vida.
Sinta a liberdade empoderar-te de coragem
e o ar apressado invadir os teus pulmões,
sinta a saliva secar e colar as palavras nos lábios
como em tristes e incoerentes refrões.
Sinta!Sinta! Já sentes? Sentes?
Sabe essa dor aí no joelho que já começa a incomodar?
E essa vista turva que já não lhe permite ver além?
É o seu mundo inteiro prestes a desabar!
É a morte, amigo, indo te visitar.
E levando flores disfarçadas de sol para o teu velório.
Não importa se caminhas sozinho,
rápido ou devagar... Vá!
Siga sempre em frente.
Se tudo que tens pelo caminho, e não é obra do acaso,
é teu próprio caminho e tudo que construíres nele ao caminhar.
Curve-se aos pés do firmamento e beije a mão de deus
reverenciando a tua gigantez e onipotência
ou cuspa todo o seu ódio e desdenho
dizendo que a ele jamais pertenceu.
Só não te esqueças do futuro e de caminhar o caminho que ainda não percorreu.
#JWPapa #BahrBuddin