Caçamba da Minha Rua

Entulho sujo que entope, que acolhe e logo cedo solve

Caçamba da minha rua, nela a vizinhança os restos repousa

Da minha e sua calada e nua, joga-se fora muito entulha

Na calada da minha rua, suja, pulsa o luto do lixo e do que se recusa

Pula a pulga do trapo amassado, salta o riso do pobre flechado

Que é resto, é dispensável, é trapo, é trato, nu e crua

É entulho, é sujo, é rua, caçamba cheia que tudo entulha

Sou eu o lixo que próprio crio

Promovo o grito e o fomento alimento

É de você toda culpa do saco que amontoa o que dos sonhos sobra

O que dos anjos se goza, dos pássaros que voam aqui aflora

O peso do cheiro, o resquício do peso, hoje é lixo feito

Deixado na calçada, na sarjeta largada

Um resto de ti, um resto de mim.

Onalim Andrade
Enviado por Onalim Andrade em 04/08/2017
Código do texto: T6074251
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