Matando-me aos poucos
Eu,
Sempre muito covarde
Demasiadamente cauteloso
Nunca me permiti viver
Tudo que em meus sonhos
E em minha cabeça
Era possível viver.
E hoje,
Quando vejo que o tempo passou
— E ele sempre passa
Que parte de minha vida
Ficou para trás
Percebo o quão ridículo é ser eu.
Embora,
Os sonhos ainda venham
Visitar-me às noites:
Querem ficar
— Mas não podem
Querem realizar-se
— Mas não deixo
Querem ser vividos
— E não vivo
Querem reviver
Tudo que em mim já está morto:
— Mas este sou eu.