ALMAS RASGADAS
Tenho visto muitos sonhos mutilados
Dilacerados e mortos pela vilã realidade
Construída com requintes de maldade
Por vielas, ruas e avenidas a céu aberto
E o deserto em nossas vidas instalado
Tenho visto o passado ressurgindo
Se fingindo de ensolarado futuro
E o temor daquele olhar frio e Draculino
Vai criando em nossas vidas um sol escuro
E um universo de abismo e solidão
Vejo medo, incertezas e desespero no horizonte
Corre nua a esperança de alma rasgada
A vergonha e a dignidade somem no lixo
E os Zumbis bebem da fonte mais sagrada
E comem, dançam, e se embriagam em pleno viço
Dormem no palácio e se acasalam
Dos nossos desejos e anseios se apropriam
Nos desafiam semeando a discórdia e a divisão
Se procriam em colônias e se ampliam
E se espalham em nossos dias como salvação
Em casulos sobrepostos à olhos vistos
O ódio em gestação se prolifera
Filhos da besta fera se agitam
Promovendo os primeiros rituais
Os movimentos iniciais do apocalipse.