Os dentes mordem comida fria.
Os sonhos se perdem ao adormecer.
Os olhos choram sem saber porque.
A lua foge antes do amanhecer.
Falta coragem para ferir o verbo.
Falta coragem para abrir a porta.
Falta coragem para abrir os olhos.
Aranha ressabiada descendo pelo lustre do quarto,
Parece desistir de suas escaladas
Para sucumbir sob a sola do meu sapato.
Junto a poeira que se confunde com meus olhos
Sobre a prateleira que se confunde com os livros.
Repito dez vezes que não vou morrer.
E o que é proibido
Rasteja no assoalho,
Valha-me Deus desse destino!
Os sonhos se perdem ao adormecer.
Os olhos choram sem saber porque.
A lua foge antes do amanhecer.
Falta coragem para ferir o verbo.
Falta coragem para abrir a porta.
Falta coragem para abrir os olhos.
Aranha ressabiada descendo pelo lustre do quarto,
Parece desistir de suas escaladas
Para sucumbir sob a sola do meu sapato.
Junto a poeira que se confunde com meus olhos
Sobre a prateleira que se confunde com os livros.
Repito dez vezes que não vou morrer.
E o que é proibido
Rasteja no assoalho,
Valha-me Deus desse destino!
Mário Sérgio de Souza Andrade – 01/08/2017