Relíquia
Silvestre relíquia alimentando beija-flor
Jovial – aquela aparição insólita!
Endemoninhada tecendo cantiga tenra no
Convés de minhas labaredas;
Você, única causadora fatal do bem e do mal;
A fumaça realça sua maravilha nos olhos.
Íris em estado selvagem ecoa irada;
Um pouco de água da vida no seu lábio
Superior que é horizonte santo!
Se perca inteira pra mim, que te
Pego por trás banhando-me de
Desatinos incendiários.
Compro lembranças embrulhando-me fácil
No decorrer da noite veloz amiga.
As horas e minutos já passam e
Segundos são brindes a sua presença
No mundo pronto para dar o bote;
Que se dane tudo; te guardo em mim.
Seu preto cabe no cadafalso de minha vida
Como o infinito que tu deste à alma;
Imortal amor que vou proclamar por
Vias públicas; enquanto isso estás
Desembaraçando minhas lágrimas e risos
Atrevidos em seu cabelo.
A cor das suas unhas é profana
E me possui com força e dor!
Como te amo no leito cômico;
Comendo sua paixão viro qualquer
Selva africana, afiando os dentes no
Diamante que é sua carne.
Me lanço nesta vida sedento! Sedento!
Consegue acreditar? Cheio de desejo para
Apreciar o riacho sanguíneo da tola
Vida que constroem! Podemos mudar quantas
Vezes quisermos! E gritar com heróis cínicos
Aonde eu for, te levo pela mão, seja na fúria ou carinho.
Ficar de permeio no olho do coração seu
E do mundo! Bater o carro nos postes divinos;
Te beijar sem receio com visão aberta
Para encarar orquídeas explodindo calmamente
Nos seus alargadores; uma paz
Angelical exalando vinho tinto.
Torres feitas de cartas e bilhetes jovens
Para sempre. Passeios por Paris e Tóquio;
Leais na guerra de sentimentos que são
Nossos verdadeiros pais e família;
Família torta que temos e jamais choramos
Pela obrigação; somos a liberdade!
Ah! Seu colo numa madrugada esquisita
Sua fortaleza sobre pálida razão!
Seus dias serão brilhantes e selvagens
Como devem ser as ânsias de uma mulher
Como você; fantasias como as suas! Relíquia
Alimentando labaredas do beija-flor que beija a flor Rosa.