SOBERBA SOLIDÃO!

Soberba solidão!

Sonhos saindo a esmo e

os olhos chorando com a chuva que

caí insignificando o meu pranto - cheio de gente.

Uma vontade infinda de gritar esta dilacerante dor

que alfineta cada ponto do meu pensamento,

mas a voz some comedida pelo absurdo de

não poder sair respeitando o silêncio da madrugada.

Mino o meu restrito espaço físico e

me liberto ao olhar pela janela um céu a

imitar-me chorando copiosamente o

que não se sabe revelar.

Seguro a cabeça com uma das mãos,

enquanto a outra tenta,

incansavelmente,

traduzir a insignificante alternativa de

fugir deste completo abandono - revelando-me entristecido.

Nada há de ser para sobreviver frente a esta miserável e

sofrível ausência: de gente e até de coisas - tangíveis.

Solidão soberba.

Como tem sido perverso este convívio monólogo,

somente eu me delato e

você no seu papel enfadonho de algoz,

nada responde,

mas declara-me sofrendo e

sofrível impregnando em meus visores,

quase combalidos,

a triste sina do desdém.

© Balsa Melo (Poeta da Solidão)

03.04.04

Brasília - DF

BALSA MELO (POETA DA SOLIDÃO)
Enviado por BALSA MELO (POETA DA SOLIDÃO) em 14/08/2007
Código do texto: T607091
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