ABROLHOS
ABROLHOS
Meus olhos
Enxergam abrolhos
A cada passo
A cada compasso
Tornei-me um desesperançado
Extremamente cansado
Das vicissitudes
Das falsas virtudes
Que nos cercam no cotidiano
Nos ambientes palacianos
Nas turbas recheadas de insanos
Nos bichos chamados humanos
A caminho de deixar esta casa
Em direção a lugar em brasa
Penso na estrada percorrida
Cheia de buracos, comprometida
Pelo olhar sempre ao umbigo
Pelo medo do perigo
Pelo receio do castigo
Restando apenas o jazigo
Para a alma penada
Passageira, um nada