ABROLHOS

ABROLHOS

Meus olhos

Enxergam abrolhos

A cada passo

A cada compasso

Tornei-me um desesperançado

Extremamente cansado

Das vicissitudes

Das falsas virtudes

Que nos cercam no cotidiano

Nos ambientes palacianos

Nas turbas recheadas de insanos

Nos bichos chamados humanos

A caminho de deixar esta casa

Em direção a lugar em brasa

Penso na estrada percorrida

Cheia de buracos, comprometida

Pelo olhar sempre ao umbigo

Pelo medo do perigo

Pelo receio do castigo

Restando apenas o jazigo

Para a alma penada

Passageira, um nada

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 01/08/2017
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