POEMAS ESPARSOS E REPASSADOS

POEMAS ESPARSOS E REPASSADOS

1ª PARTE – NATUREZA

“Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produz em nós.” (Manoel de Barros)

1. SUSPIRO PELA ÁRVORE

A árvore, filho meu, tem verde alma!

Ela doa-nos abrigo, nutrição...

Semente sua e brotos vêm da lama:

O fruto, sim! E não, desnutrição!

Esta Voz diz: - Zaqueu sobre sem calma,

Veja, ausculta Cristo do Jordão?

É passagem de Deus em cada palma,

E Jesus pede: - Desça, dou Perdão!

À sombra, contemplaram o que lembra

O futuro em hinos – Deus relembra;

Plantas na Terra: mar de verdes velas...

As árvores não são contra suas gentes:

Para as florestas, todos são viventes.

Vêm logo, filhos meus, à sombra delas!

2. FLOR

Um dia foi semente.

Cada árvore tem flor diferente.

Algumas dobram as pétalas,

Ou são simples.

Nem Salomão

Se vestia igual

A humilde

Flor do campo

frágil...

Pelas trilhas,

Sonda entre

Os matos,

E veja

Vários tipos de florezinhas.

A vida é uma flor

No jardim do universo.

O universo é outra flor

Na imensidão do espaço.

E as árvores e plantinhas

Se vestem diária,

Outras anualmente.

Elas não se preocupam

Com o espetáculo.

Já são demais!

E as abelhas as visitam

Levando além o pólen

E o mel rendendo.

3. FLOR DE MAIO

O orvalho é úmido

gotejo sobre estas

Princesas cujos

Brincos brincam

Na serena noite.

O sol logo aparece

E maio

Revela o seu lindo

Manto de flores

No jardim.

Bailarinas e brancas

Pétalas exibem

Sua graça;

Outras são o tinto rubro na taça

E dentro do meu olho

Ficam à tarde, na sombra,

As flores de maio.

4. MAIO

A pura imagem

Da Mãe de Deus

Serena na sala

Entrou

E o lar ajoelhou.

E uma prece veio

E a canção de maio,

entoaram

O altar simples, cheio de flores

E houve a linda coroação.

E sinos e hinos

Ecoaram

A Virgem de Maio

Nas noites agrestes do sertão.

5. RAÍZES DAS ÁRVORES

Sou como a árvore

Gosto das raízes

Da minha cultura!

Cultivo a vida;

Cultivo minha vida

Como plantinhas da floresta.

A floresta é o mundo todo

E eu sou parte dele.

Broto como a semente,

Lanço meus desejos como raízes.

Cresço meu ser e meu corpo

Como haste da plantinha.

Olho o céu e desço a Terra!

E as fases e frases da vida

São tempos e templos de um sabor

Gostoso de existir, ser tempo da árvore

Que se arvore em teimar dar flores, frutos...

Aposta na presença de bichos, aves e morcegos,

Tudo, até o vento, a chuva, disseminam a semente.

E ela vai de repente, além de mim, de geração à geração

Até onde Deus quiser e a vida puder germinar, engendrar,

Sem gelar suas raízes.

6. ENVELHECER

Não é sinônimo de morrer.

Tem gente que morre sem ser idoso.

E a velhice é um fruto mais maduro

Que teima resistir ao tempo.

Nem todos são assim.

Cada um tem seu tempo...

Qual é o meu?

Ainda não sei; porque preciso de viver.

7. AS SEMENTES

Poder ser em algum lugar: ato/potencialidade e embrião.

Semeador, sêmen, sementeira, seminário, cenário, cena, cem, sem...

Morrer para deixar libertar a vida no chão, além da gaveta

E as prateleiras dos armazéns.

E, tem que te coragem, de deixar-se cair, sair de si, ir morrendo

À medida que se vive vivendo.

8. A TERRA

É a nossa condição de existências,

Nunca sozinha: implica ar, água, solo, composição, decomposição.

E terra varia de cada lugar e tempo.

Nem tudo é igual: nem todas as terras são iguais.

A semente tenta se adaptar ou fenece e seca.

A água da semente bebe a água da terra.

A porosidade da semente reconhece a via da água

E os caminhos da água percorrem a terra

ao encontro

Da solidez da casca e maciez do embrião...

Esse químico concreto da semente

É o laboratório da vida silente e ativada

Pela água na terra e da Terra vem a força da semente

Levando o seu embrião.

9. LAPSUS

Com os outros e a sós,

Pode acontecer.

Um trauma, um acidente,

Um susto, um momento

De repente

O pensar não conclui

Sua lógica e vem uma

Sensação de desconforto,

Frustração, sensação de

Falta de controle.

Inconsciente momento

De incompreensão.

Surpreendente dificuldade

De dizer-se em uma situação.

Esquecimento de uma lembrança...

Uma carência que indica

Incompletude, impotência, limitação.

Fértil provocação

Para despertar curiosidade

ou fugir

De um desafio.

Um branco diante da avaliação;

Insegurança, falta de estudo...

Iria dizer e mudou de assunto,

E não sabe o que falar agora.

Lacuna a ser

Transformada em ideia.

Laguna

A ser preenchida

De água.

Falha a ser preenchida

Pela construção.

Vazio a ser

Superado pela emoção.

10. A FORMA

Cada semente é um corpo, corpus, córpora

Que incorpora a vida

como uma caixa [fôrma]

em forma e informa o seu conteúdo.

O conteúdo rola

e se transforma graça à forma

Como a semente leva a vida dentro de si.

Como a mãe leva a criança

No útero;

A semente-mãe leva sua criança-embrião

Dentro de si; por isso, é forma de vida

e semente de vida, querendo a vida,

aquecendo a vida, Equilíbrio escuro-claro,

tensão morte e vida, calor-frio, dentro-fora.. .

2ª PARTE – MEDITAÇÕES DA VIDA

1. CEMITÉRIOS

Semi-etérios

Sempre eternos

Sem ternos

Sem termos e sem gavetas no caixão.

Sem termos esperado...

Tanto tempo ou sem tempo

Cem mistérios

Com ternos cantos

Com tristes cânticos

Com dormitórios frios – acrópole.

Com a solidão do túmulo... uma cidade na cidade.

Com uma paisagem típica de cruzes, flores, santos, velas, ventos...

Vozes em portal – silenciosas de painéis, de suspiros, de oração...

Ponto final ou reticências: a morte não é ultimato e a eternidade é um portal.

2. SILÊNCIO DIVINO

“Deus falar de mim. Isso seria um passo na direção do silêncio...” (In: O inominável, de Samuel Becket)

É prudência e não omissão

Ninguém pode culpa Deus de tendencioso

De esconder segredos

De privilegiar alguns

De ser cúmplice com alguns

Os homens têm encontro marcado

Com seu Filho agora e não precisa agenda

O celular toca o coração e não precisa de crédito

Os créditos foram pagos a seu favor

Basta a linha direta: o silêncio se fez grito em Jesus

Jesus é a mensagem eterna do silêncio de Deus.

3. ANELOS NELAS – 06/06/13

Elos anseias

E o suave respirar

Sonhas segredos

No luar

No sol

No mar

No seu quarto

Na capela

Na barriga da mãe

Na gestação do mundo

No parto do novo homem.

E nelas

Argutos seios

Cheios de anseios

A espraiar anelos

Nas casas

Nas ruas

Nos ônibus

No parque

No zoológico

Nas salas de aula

Na colina

Nos shoppings

E, no futuro,

Nas naves de Júpiter

A espera de Vênus

Seja de Adônis ou de um Vulcano

Seja de Deus e de órbitas aqui e, sideralmente, possíveis

Em naves antissolares e plataformas lunares...

4. NOTÍVARO

Motimaré

Motilunar

Motiva nova estação.

Um voo flui gratuito

Um sono sonho

Um sonho sono

Uma viagem interior de imagens

Noctívago/noctivaro...

Vagando à noite: sem pressa e sem rumo

Vagando na vida: sem destino e sem saber.

5. ENTRE DESERTOS E OÁSIS

Vento sul no Minarete

A mesquita ecoa uma prece

Do muezim.

E o coração suspira a Alá

O todo poderoso!

Misericórdia na minha miséria

Aumenta minha fé e abre o paraíso

Cessa a guerra e morte

O mundo ficou deserto de amor

O inferno de armas e ódio tem fim.

A paisagem, entre ruínas, há gente boa!

Paredes furadas e prédios queimados,

Mas, entre mortes e dores, existe coragem

De ajudar o outro; um encontro entre todos

Independente de serem fieis ou não.

Somos todos filhos de Alá: todos mortais...

Dê a todos a fortaleza

Com a pureza

Com o bem;

Tem piedade do pecador

E na tentação, sustenta o coração

Como santuário da paz.

Reine a Paz em todo lugar.

Amém.

6. CHUVA

Sol forte, suor e sem lugar...

Suspiros, preces ao céu...

Nas cruzes do serrado: as pedras

Dos pedidos e pedintes

E uma nuvenzinha despistada,

Despretensiosamente branca

E outras, a chuva vem cair.

Cai uma gota tímida,

Vento leva a chuva...

E outro dia, tudo de novo...

E gota a gota

Em melodia cantiga

E de noite, evoca um ritmo nas calhas e no chão:

Uma cantiga de ninar.

E nos meus ouvidos

Tem uma linguagem infantil

Que acalma e faz dormir

Estrelas cedem às nuvens escuras

A chuva cai torrencialmente

Como meteoros cristalinos de granizo

Cintila em cor de desejo de afrescos

E dormita meu cão, meu gato, o corvo,

O mato inclina; a floresta umidifica...

Os pássaros dormem; os bichos acordam...

E o jovem mancebo dorme ao lado da amada.

7. DIEZA

Abra a janela,

Veja o lindo dia

Que o espera.

Um dia belo: dieza.

Poesia pura,

Meigo olhar,

Canção no rádio,

E o cheiro de café

Novo,

Quente,

Chega

E respiro com força

Com a alegria

Que mereço.

8. ENTARDECER

À tarde, era tarde.

O sol vinha e agora ia:

A luz conclui seu trajeto, seu trabalho.

Se o dia declina, a noite inclina seu manto:

“ o Eteno resplandece

no coração de toda criatura.”

E a sua luz me extasia;

E, no fim de mais um dia,

Eu, então, sorria!

9. ABSURDO NÃO, SIM AO ABSOLUTO! 13/10/10

Moves acima de tudo

Como impossível!

E abaixo de tudo

Como o possível!

Não sou herói,

Nem um olimpiano.

Vivo no anonimato,

Como um aprendiz

Da vida e da morte.

Ouço o regato e vejo as estrelas.

A culpa não é delas.

Tanta maldade e erros...

E aposto ainda nos acertos.

Na morte, enfim partirei

Como um homem mortal

Um homem interiormente sideral.

10. POR FAVOR, QUERO UM SEGURO ESPIRITUAL

Fui à esquina

Aparei hoje alguns ângulos e quinas

Não joguei na guina

Pois não sou de sorte na loteria.

Nem acredito em ser rico.

Passo em frente ao circo, ao cine,

Ao cemitério, sigo em diante com meu cotidiano

O orgulho fala alto, abafo a minha voz

E de fado em fato

Percorro meu itinerante retrato.

Ao mercado central, entro, tomo meu café

Como meu pão de queijo.

Calo um instante no meio do burburinho

Do dia e as vozes cruzam o ar

E à noite, entro na Igreja

Oro e peço a Deus uma oportunidade

Sem entender as que tive...

E o anjo me propõe um seguro espiritual.

Vejo Jerusalém eterna depois deste vale

E um porto seguro na Mansão eternal.

E meu anjo pergunta:

- Já fizeste teu

Seguro espiritual?

O cão e o homem

Vejo em cada lugar

Como Ulisses

Retornando ao lar,

Outros Argos, um cão exemplar,

Um cão fiel;

Uma dádiva:

Só quem tem um

Pode entender...

11. READING COMPREHENSION

São alguns passos

e algumas entrevistas:

Aconselharam-me

Serenidade, objetividade,

Confiança, técnicas, eficiência...

Terno, suor, banca de examinadores

Minha voz ecoa só na sala.

O resultado?

Vejamos: depende!

Esqueci o pendrive! Que estranho!

Menos pontos.

O concorrente passa à minha frente...

Não era para mim: a vaga vaga vagando...

Pirilampo, valalupe...

Depende de quem viu

Depende de mim

Depende da vaga

Depende de critérios

Depende de sorte

Depende de um plano superior:

Nada acontece

Sem que haja um Outro...

“Tente outra vez!”

“Uma folha da árvore

Não cai sem a vontade divina.”

3ª PARTE – CULTURAS HIBRIDAS

1. ENTRE LINHAS MACHADIANAS

Segundo Cláudio César Montolo, ao citar Henrique Romano: “Aos vassalos feudais se ofereciam nabos e aos senhores tinham pratos variados. E judeus e mulçumanos haviam vivido idade de ouro na Península ibérica.” (MONTOLO, apud ROMANOS, 2004, p. 433)

Ao vencedor, batatas...

A ironia via os nobres sem poder

Na revolução francesa

A comer batatas

Comida de pobres.

E os pobres com raiva

Dos burgueses, então,

Gritaram:

-Vai às batatas, às favas...

Comida de porcos.

E o tempo passou:

Como é gostosa uma batatinha

Frita. Não exagere para engordar.

2. HUMANITISMO

“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.”

Machado de Assis ASSIS, M. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881.

O homem é a medida de tudo?

Sem ser medida de nada?

Uma medida estranha

E triste: orbe et urbe.

Morre por um triz

Perde-se em contradições

Gera morte quando quer viver.

Pode elevar-se nas alturas

Com seu pensar e aviões

Não tem controle total

De suas emoções e invenções.

Sofrem com ele, os bichos;

Dentre os vivos, é o pior.

É o melhor se for ético

Quando admite ser a vida

Uma medida sem medida.

Viver não é exato! Ó ignatus!

4ª PARTES - ALEATÓRIAS

1. “O JUSTO VIVA DA FÉ”

“É terrível e triste não ter fé! Até que eu queria...” Rachel de Queirós.

Ninguém é justo a seus olhos.

O justo morreu por nós

Quando erramos pecadores.

E o homem de bem ainda erra

Ao dia sem perceber.

Nosso julgar é limitado

Como é limitada

Nossa ciência.

E a fé se faz presença

Nas contradições.

Alguns gostariam de ter,

Mas alguns acham infantil.

Deus não é papai Noel.

2. SAGA CIVILIZATÓRIA

"Pobre cega, porque choram tanto assim estes teus olhos?

Não, os meus olhos não choram

são as lágrimas que choram

Com saudade dos meus olhos." Alvaro Moreyra, jornalista, poeta e teatrólogo.

Que ironia:

Sangra sulcos na cultura

Congela uma escultura

Alguns engordam

Enquanto outros se desatinam.

Príncipes sobem e descem

E o povo enluta e empobrece.

Discursos vazios e corações arrepiam,

O metal vil corrompeu muitos.

Os pequenos são encurralados.

Jovens envelhecem precocemente

Porque o sistema está pobre de ricos,

O povo está pobre de tudo.

3. NÃO SOU PERFEITO

Agimos como se fôssemos

Perfeitos; como gostaríamos de ser.

Caminhamos e tropeçamos em nós,

nossos defeitos pequenos...

Os grandes, escondemos.

E sabemos que cheiramos mal.

E o homem não é flor que se cheire.

4. DESLOCADO

Ouço o sabiá a cantar suave e forte

Melodia, na manhã fria.

E à tarde, são carros e vozeria no calçadão

Deslizando pela cidade.

Sem poder, sem dinheiro...

Talvez parece que tudo está errado.

E o sistema o obriga a ser gado.

E a ir como massa

E a ter uma opção no corredor.

Aquele se reconhece com suas medalhas.

Este com sua conta bancária.

5. DIALÉTICA

Somos pó pensante

Somos caniço agitado

Somos ente errante

Somos potencialmente capaz

Duvidamos de nossa capacidade

Arremessamos pedra no lago

E ponderamos cada passo

Vivemos entre um passo do éden

Três passos atrás de nossa insegurança

Olhamos no espelho com receio

De descobrir quem somos

E olhamos a estrela com a esperança

De nos sentir pequenos e integrados

Ao universo inteiro

Corremos para o interior

Como quem foge do fogo exterior

Criticamos o corrupto

E temos dificuldade de ver nosso salvo-conduto.

6. UM PROCESSO À FRENTE

“Saiba: todo mundo foi neném/ (...) Todo mundo teve infância/ Maomé já foi criança/ Arquimedes, Buda, Galileu/ E também você e eu/ (...) Todo mundo teve pai/ (...) teve mãe...” Arnaldo Antunes

Quando temos um filho

Ele se mira em nós.

Nós nos miramos nele.

Confiantes de que ele siga

Como diferente

colocamo-nos ora à frente,

Ora do lado,

Ora mais distante.

E vem a alegria de vê-lo crescer,

Ser, surgir como é,

Deixar que ele caminhe com suas diferenças

Na certeza de que ser feliz é um lance

A mais na existência da vontade,

Da liberdade e da necessidade.

Um ano a mais,

Ele se parece com a gente,

Ele se distancia da gente,

Ele se faz ele mesmo,

Crescendo, avançando, vivendo...

7. VOLÁTEIS MEMÓRIAS

“Ciranda Cirandinha

Vamos todos cirandar

Vamos dar a meia volta

Volta-e-meia vamos dar” Cantiga popular

Do arquivo do mundo,

Do olhar sobre o cosmo,

Do respirar sonhos,

Caçar pipas e empinar coragem,

Vivo de minhas previsões,

Debruço ou escondo minhas memórias.

Tentei, tencionei, tensionei, tremi, posicionei...

Como pássaro no nicho ou no ar:

Viajei, vi, vim...

As vezes, venci, outras perdi

A mim e a você

Nas cordas do pensar,

Amei, armei, andei

Nos labirintos da emoção,

Logicalizei, localizei, locomarquei

Ri, rimei, chorei, meditei, orei...

Meu território ao seu lado,

E veio o trabalho, trânsito da vida,

Cansei, descansei, retomei meu caminho,

Com você e sozinho, até onde pude.

Há realidades que somente

A gente pode fazer.

Há outras que os outros

Podem comprometer.

Outros, poucos, podem

nos ajudar.

Somos uma rede virtual e social

com os outros.

8. PERSISTÊNCIA

“Eu hoje estou tão triste

Eu precisava tanto

Conversar com Deus

Falar dos meus problemas

Também lhe confessar

Tantos segredos meus!” Antônio Marcos

Insistir no bem faz bem

No mal, faz mal.

Não se arqueje

Diante da vida.

Não se lamente

Pelo leite derramado

Mas alavanque

O seu projeto.

Respire fundo

Sonhe acordado

Navegue nas asas

Da liberdade

Vencendo seus limites

Mas respeitando seus contornos

Não é ruim ter medo

Ele pode ser pedagógico

Mas só o amor é terapêutico

Repouse na aurora da graça

Descanse no ocaso da noite

Seja Deus sua eterna companhia.

Remoce em cada dia

Porque só podes viver por ti,

E pode ajudar o outro em seu peso.

Lampeje vontade de viver

Sorrias na aventura da vida

Importa viver a cada dia.

9. ATRATIVIDADE

A alada formiga

Encontrei aberta

a janela

e na água da panela caiu,

Como Ismália somos

Ao duplo luar

Vimos uma Lua no céu;

Outra no mar.

E saímos nadando

Vencendo a nos mesmos

Vencendo nossos determinismos.

E a torre é a vida

Uma ascensão entre os dois mundos

Uma ponte entre a mente e o coração

Um portal entre o homem e Deus.

Não percamos as asas da imaginação

E a fé nas horas agruras da existência.

10. ESPECIAL, EU SOU!

As flores são diferentes

ser diferente não é ruim.

Não dá para ser tudo igual.

Não somos feitos robôs,

Nem em série.

Os colibris são todos iguais?

Os bichos, vejam!

Os humanos desconfiam,

O diferente não é doente.

Se for doente, é gente.

Como você, tenho desejo e sonhos.

Como você, temo e fico com sono.

Temos alma e coração. Emoção!

E se fosse eu seu irmão, seu filho,

Seu marido, sua mulher, seu bebê?

Seria tão mal assim?

Sou assim para você me amar.

E Deus ama a todos e a cada um como é.

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 30/07/2017
Código do texto: T6069548
Classificação de conteúdo: seguro