TUDO TEM UM INSTANTE
TUDO TEM UM INSTANTE
Tudo tem um instante
Numa agenda anotada,
Da vida sofrida ou amada
Pra tudo tem um instante,
Do pão que cedo ao mendigo
Do rico que chamo de amigo
Do beijo que trago comigo
Do sistema que ta ruindo,
Da boca que tá sorrindo,
Dos sonhos que estão fugindo.
Caminhos desencaminhados
Corpos desnudos e pés descalços,
Balas que rompem paredes
Numa brutal contravenção,
Alguém estudando pra ajudar
A nossa civilização,
Morrem com lápis e canetas,
Entre os dedos de suas mãos.
Há tempos o mundo explorava
O negro à escravidão
Falseando que era por força,
Da nossa parca educação
Se na civilização de hoje,
De um País altaneiro,
Por que tanta dor e morte
A nos dizimar com morteiros?
Se no instante da monarquia
Era o rei que reduzia
Os anos que nós vivíamos
Numa cela cala bouçais,
Hoje na democracia
Quem manda é a minoria
De exploradores bosais
Desviando a constituição,
Pra seus objetivos pessoais.
“Ave, ave César! esqueceram o coliseu?"
Deveriam esquecer o preconceito racial,
Pois hoje não só o negro
Pobre, cansado e com dor,
Não é somente ele escravo
Temos brancos e doutor
Todos nesse instante somos,
Escravos de um ditador.
Dantes eram os tributos
Levados pro bolso do pobre,
Como aquele amor bandido,
Legado da própria sorte,
Hoje miséria se tem,
Na casa do rico ou do pobre.
Tributos pra ricos é foco,
Da tamanha avestruz,
Hoje o pobre sofre menos,
Por que sempre viveu sem luz
Comer uma vez por dia
Sempre foi sua santa cruz.
Por isso que descobrir,
Tudo tem o seu instante,
Seja casado ou solteiro,
Sempre existe um amante,
Hoje sofre mais o rico,
Tudo tem o seu instante.
Arthur Marques de Lima Silva
Direitos Reservados
29/07/2017