NINGUÉM
NINGUÉM
Pairo
Na areia
Da praia
Piro
Com o tiro
Que vomita
Bala
Perdida
Que encontra
O corpo
Dourado
Furado
Um vermelho
Que não é sol
Nem suor
É sangue
No mar
De sangue
Que jorra
Espuma
De raiva
De réiva
De selva
Sem bicho
Com animal
Racional
Irracional
Que atira
Bandido
Ou tira
Pouco importa
A porta
Do hospital
Fechada
A morte certa
A vida incerta
A lápide
Com nome
O atirador
Sem nome
A praia
Poente
A onda violenta
Vai e vem
E tudo
É ninguém
Nem eu
Sou mais
Alguém
Sou Rio
De ilusões
Que a realidade
Enterra