NINGUÉM

NINGUÉM

Pairo

Na areia

Da praia

Piro

Com o tiro

Que vomita

Bala

Perdida

Que encontra

O corpo

Dourado

Furado

Um vermelho

Que não é sol

Nem suor

É sangue

No mar

De sangue

Que jorra

Espuma

De raiva

De réiva

De selva

Sem bicho

Com animal

Racional

Irracional

Que atira

Bandido

Ou tira

Pouco importa

A porta

Do hospital

Fechada

A morte certa

A vida incerta

A lápide

Com nome

O atirador

Sem nome

A praia

Poente

A onda violenta

Vai e vem

E tudo

É ninguém

Nem eu

Sou mais

Alguém

Sou Rio

De ilusões

Que a realidade

Enterra

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 29/07/2017
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