Julho
Um tempo pra pensar e sentir a indisfarçável beleza das flores que invejo. Quero ver o salto do gato sobre a maçaneta que se move comovida e medonha.
Por dias babei lirismo risível sobre a cama gordurosa em que me afundo. Apenas chupo essa lua cortada e vaza a linha indecifrável que percorre pelo peito abrasado.
Ter a sua boca de manhã violentando-me no areal filho da brisa pequena que toca o clarinete dos desesperados.
E as folhas do cotidiano frugal
Quadro na parede que te imagina
Descomedida estrada que chuta meus vestígios que são seus já gravados nos meus olhos pálidos com a força do desejo repleto de sol e lua, suados num só orgasmo.