Sem espaço

Hoje, quando escrevi para você

Senti a leveza da folha

Querendo voar

As palavras não cabiam ali

A caneta deslizava

Sem nada revelar

A tinta insistia falhar

Até minhas palavras

Outrora fáceis

Negaram-se a falar

Fim de uma inspiração?

Não sei...

O vento soprou!

Ainda senti um pouco de você

Fechei os olhos

Relembrei seu sorriso de chegada

Seu olhar marejado nas partidas

Dobrei a folha

Nada escrevi

Pois, o mais lindo

Dos versos

Minha alma escreveu

Guardei-os

No coração

E faço deles

Minha leitura diária

Mas, nas linhas

Não há mais espaço

Para você e eu!