O mistério da contemplação platônica
Atire a primeira estrela
quem nunca encerrou no peito
o segredo da contemplação.
O mistério da adoração humana,
o carinho não divulgado.
E quem nunca sentiu na garganta
a mágoa amarga do ocaso?
Que tenha seu corpo açoitado pelas estrelas
quem não confessar que já acompanhou com os olhos
o andar do objeto amado,
e que foi adormecer sorrindo
apenas pelo fato de vê-lo passar.
Que Deus perdoe o coração humano,
tão falho e tão pequeno,
que por um tempo
contenta-se com doses homeopáticas do amado
que nem sonha que com sua existência
açoita com estrelas os pensamentos de alguém.