PRELÚDIO PARA UM AMOR
 
 
De longe chegam palavras
enfeitadas em versos
perfumadas de encanto.
 
Uma alfombra adjetivada
recebe o repouso feliz
do poeta contemplativo.
 
À noite, madrugada silente
o veludo tenro da voz
se faz música dolente.
 
O vinho tinto vai às taças
que aproximam as mãos
menos do que os corpos.
 
Dá-se o fulgor dos olhares
que se mergulham mutuamente
numa espiral de anseios.
 
Os corpos soltos num infinito só deles.
No chão jazem as taças tombadas
e no ar os acordes repetidos da última canção.
 
Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 28/07/2017
Reeditado em 28/07/2017
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