A gastronomia de nossos afetos

Por ora seja fast-food

Vezes, seja goumert

Que seja terreno fértil

Para o amor se desenvolver

De entrada, aquela "apimentada"

De tirar o ar e fazer remexer

Que nesses cantos, onde as paredes nos abraçam

O calor do nosso aconchego possa nos envolver

Vem o suor da pele extrapolando a matéria

Lavando a alma e o coração

Com chamegos bem temperados

Temos a mais bela emulsão

O desfecho gastronômico é certeiro

E desperta a mais pura expressão do ser

Se necessário, um banho-maria

Que muito nos faz enlouquecer

Não se deslumbrar com altas performances

Isso é pura ilusão

E se a sexualidade fosse tão desenvolvida, como dizem

O mundo não estaria permeado de disfunção

Que saibamos encontrar as iguarias

Peculiares de cada ser

E com os nossos corpos em órbitas

O universo só tem com o que se enriquecer

E nessas explanações de trinômios: entre sexo, comida e prazer

Que tenhamos mais refinamento e degustações sem se abster

Para trazer no semblante e na alma, aquela leveza e doçura, gostosa de se vê ...

Marcão Cruz
Enviado por Marcão Cruz em 28/07/2017
Reeditado em 28/01/2022
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