Na linha do horizonte
As linhas da sua mão,
da cigana a cartilha,
contava, em vaticínios,
somas e partilhas,
de um soldado em pelotão,
um governo, linha dura,
botou , na linha de frente
um soldado, sem bravura
seguindo apenas a corrente,
não sonhava com medalhas,
nem pensava em ser herói,
falava , em gíria falha,
a linguagem de cowboys,
em trincheiras,
viu vermelho em aortas,
sinas, em linhas tortas,
sem seguir sua vocação,
e o menino,
que dava linha às pipas,
cobrou da falsa cigana,
que não leu,
nas entrelinhas,
a fúria de todos os riscos,
nem seu nome em obeliscos,
foi citado em discursos
sem que a linha da sua vida
pudesse seguir seu curso