Na linha do horizonte

As linhas da sua mão,

da cigana a cartilha,

contava, em vaticínios,

somas e partilhas,

de um soldado em pelotão,

um governo, linha dura,

botou , na linha de frente

um soldado, sem bravura

seguindo apenas a corrente,

não sonhava com medalhas,

nem pensava em ser herói,

falava , em gíria falha,

a linguagem de cowboys,

em trincheiras,

viu vermelho em aortas,

sinas, em linhas tortas,

sem seguir sua vocação,

e o menino,

que dava linha às pipas,

cobrou da falsa cigana,

que não leu,

nas entrelinhas,

a fúria de todos os riscos,

nem seu nome em obeliscos,

foi citado em discursos

sem que a linha da sua vida

pudesse seguir seu curso

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 28/07/2017
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