SILÊNCIO
Não.
Hoje não dei um pio.
Abracei o silêncio e a sua retórica eloquência.
Deixei o nada dialogar por mim.
Sem palavrões ou palavras doces, apenas o silêncio.
Mas não houve vazio, nem ausência. Tudo que eu queria dizer ficou mais profundo não dizendo nada.
Poupei o violão de acordes, as cordas vocais não vibraram e os meus ouvidos pareciam também não querer nada escutar.
Até mesmo esse papel deveria estar vazio, deixar o espaço em branco falar por si. Só.
E ponto final.