o poema
o poema vaga em submundo,
a solidão é sua estrada
a mão que o escreve
é seu guindaste,
não se consola
um poema, seduzi-lo
é um erro, o poema late
e berra quando contrariado,
para amar um poema basta
escrevê-lo depois de
içado das profundezas
das sombras, mas nao
espere do poema gratidão,
fidelidade, o poema explode
pelo mundo, é vagabundo,
mulherengo, pan sexual,
bebe, cai pelas sargetas,
chega em casa lubricamente
carregado, é nauseante
ve-lo tão descabido, o poema
depois de vivo, mata a todos
que tenta agarrá-lo, um poema
não se seduz, mas é sedutor
como o diabo