INCOÊNCIA
Tristeza há que o mundo dá, nada retira.
Se o pensamento, antes ou depois, vira,
Existe a feliz decência do respirar e existir...
É no rosto que as covinhas se avexam, sutis.
Rapidamente se percebe a aureola de rubis
E, se é juventude ou velhice, basta sentir...
Não existe culpa, tampouco há os elogios.
Sonhar é uma obscuridade que poucos veem,
Pois há abecedários nos devaneios e se leem
Que a fortuna e a desgraça têm tempos frios.
E tudo pode apresentar-se doce e até salgado.
Isso muito depende do pranto alegre ou triste
Que marca folguedos e tempestades persistem
Em pulular sobre naipes redondos e quadrados.
DE Ivan de Oliveira Melo