SOMOS O QUE SILENCIAMOS E OCULTAMOS: OS SEGREDOS
Edward Maya & Vika Jigulina - Stereo Love (Official Music Video)
https://www.youtube.com/watch?v=p-Z3YrHJ1sU&list=RDc2o33sUhPVk&index=27
1. ITES E PETITES
Silencio
desde a colônia.
Impérios de paixões
Madeirites e miltitarites
Deixaram-se dominar
Pela compulsão, desvio
E collorite, infracionites, amazonites,
Elites, poleticites e malandracites.
2. TORMENTA
Água em cântaros
O rio transbordou.
E levou consigo
João e Maria
Não os da historinha.
Haviam construído
O barracão
Ao lado de uma curva
Da mineração.
E não sobrou
Nada.
Apenas
A pista de um casal
Que amava.
Trabalhavam
E não tinham filhos.
3. CÉRICAM
Sinuosas terras
Entre Pacífico e Atlântico.
São povos caboclos
Diferentes dos europeus
E asiáticos.
Embora diferentes,
São todos latino-americanos.
4. PERAMBULAR
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce...” F. Pessoa.
Mergulha nas avenidas
Da inteligência
Por viver entre nós.
Navega entre saberes
Do além e visitou no aquém.
Convertem-se emoções
E corações pela coragem do Amor,
Caminha pelos desertos
Da hipocrisia.
Entra por pântanos
Da corrupção.
Jesus, o Mestre dos mestres,
Surpreende o mundo,
Mas, rechaçado
Pelas trevas das ideologias,
Marcou a história antes e depois dele.
E deu mostras de sua elegância
Com todos; mostrou o oásis
Da compaixão.
Dele, falaram muitos,
Andou pelas multidões,
Deixando o consolo
de seus Sinais de bondade
por ser o Filho de Deus.
5. AI DE VÓS!
Ó Vós que
Pagais salários
Míseros
E viveis em pontes aéreas
E castelos.
Amais os orgulhosos comensais
A cata de recompensas e luxo.
Fartais, gritais, disperdiçais,
Enquanto o povo sofre,
Enquanto o jovem se perde,
Enquanto a criança morre de fome,
Enquanto as multidões
Passam por suas portas e janelas
Com sede de justiça.
Ai de vós
Outro será o vosso banquete,
Longe do Reino dos pobres.
Ficais com ricos e castiçais,
Covis de hipócritas.
6. ERA DOS EXTREMOS
Fim da guerra fria,
Fim da maresia,
Fim do dia,
Fim da estação lunar,
Quem dera que fosse
Outro o mundo.
Era de marfins,
Era de torres e muros de arames,
Era dos magnatas,
E povo saiu a Mahatan.
São maremotos de pessoas
Dissolvendo despejos
De uma ideologia,
Novos são os apelos
E desejos de amor e paz.
Gritam liberdade agora.
Fim da rotina,
Deixe o sonho vir ao ar.
7. ANTÍTESES METAFÍSICAS
“Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus.”
Somos efemérides
Sois/etenidade.
Somos rio
Sois o mar.
Somos matéria
Sois espírito.
Somos frágeis,
Sois ágeis.
Somos voláteis
Sois eterno.
Somos pecadores,
Sois santidade.
Somos míseros,
Sois misericórdia.
Somos relativos,
Sois absoluto.
Somos obtusos e volúveis,
Sois fluidez e solidez.
Somos porosidade,
Sois poderoso.
Somos finitude,
Sois imensidão.
Somos tempo,
Sois infinito.
Nós em vós!
Vós sempre em nós.
Por nosso bem,
Esvaziastes, tornando-nos
Vossos para sempre
Para todo o bem!
8. INESPERADO
No fim do jogo,
A bola fez curso
Curvilíneo
Entre estreito espaço
Entre os dedos do goleiro
E as trave branca.
A bola colorida
Coloriu a rede de susto.
Do outro lado,
O grito veio rápido
No impulso entalado.
O atleta saiu da marcação
Fez uma finta, driblou
Três e chutou em ângulo
Difícil e caiu escorregando
Na grama.
O gol foi a grande sensação
Noturna.
O povo foi embora,
O estágio esvaziou,
A chuteira e a bola
Ficaram em cima do armário
Para próxima partida.
9. ELOQUENTE SILÊNCIO
Silence is you path.
O silêncio emudeceu
minha boca.
E ele disse coisas
que não pude dizer.
Vi na rua:
gente indo e vindo,
barriga da grávida,
vozes longe e perto,
trem na estação,
ônibus circulando
e enxadas na calçada.
O mundo move
e a semente cresce na terra.
O feto mexe no líquido,
olhos dizem apelos,
a retina registra imagens
e sigo meu caminho.
À noite, sonho:
o filme passa pelo meu caminho
como o dia transcorreu para mim.
E eu dormi e acordei.
O poema deixou o silêncio falar.
10. CARTOON AND IN
A paz não é negação do amor
Nem o silêncio é negação da expressão
Nem o carton é violação da liberdade.
A morte violenta de cartonistas
Ecoa na gruta do mundo
E o deserto chora
Pois ninguém consegue silenciar
Os mártires do carton aqui e lá.