MOTIVOS

Um tanto a inépcia de medir meus dias
Por silêncios, cadência de mudez
Costurando meus lábios insolentes
 
Um pouco pela insensatez do canto
Dizendo ao sol onde morrer de novo,
O sopro ecoando Sopro que me alcance
 
Urgência de sentir e dar sentido
Às águas intocadas de futuro
Em plena fuga, humilde tentativa
 
Um fio que me conduza labirinto
Afora – a aberração vencida, abjeto
Cadáver rejeitado pelo dia
 
Um desses improváveis sortilégios
Que faça um vir a ser do apenas vil
Sem que Fortuna sequer saiba disso
 
Um sopro, ainda, a melodia ambígua
Levando para fora da cidade
Os ratos e – com sorte – algumas crianças
 
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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 26/07/2017
Código do texto: T6065764
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