NESTE CAIS
(Ps/374)
No cais da vida
Estremece a aragem sobre as águas
Milhas e milhas em mistério
Vencida pelo destino em desiderio.
Na minha cabeça, a crença
De um vagar para não morrer
Na sensação que tudo é sonho
Toco o pé ao chão nervos a ranger.
Saúdo-te, terra de zumbis
Sob um temporal de sentir sutil
Há uma consciência bem no fundo
Que a vida é o melhor dos mundos.
Não parta desse cais, fique
Quem sabe, amanhã, o sol raie dourado
E ao despertar da hora, tudo é um bocado
Do absoluto sonho, um dia sonhado.
Esse silêncio que vaga só
Ao meu lado acaricia-me a face
Na noite que me sorri inútil
No falso clamor da sua ausência.
Frequência extática de tic-tac incômodo
Desde o crepúsculo inquieta a alma
Luz que ascende inquieta,
Recolhendo tédios da existência.
A hora só é repouso dos mortos
É um movimento inexistente e baço
Indefinido é o cais a que me refiro
Numa cidade brilhante, de uivos e tiros.
(Cidade do Rio de Janeiro/Violência
em desmesura/Estado falido)
(Ps/374)
No cais da vida
Estremece a aragem sobre as águas
Milhas e milhas em mistério
Vencida pelo destino em desiderio.
Na minha cabeça, a crença
De um vagar para não morrer
Na sensação que tudo é sonho
Toco o pé ao chão nervos a ranger.
Saúdo-te, terra de zumbis
Sob um temporal de sentir sutil
Há uma consciência bem no fundo
Que a vida é o melhor dos mundos.
Não parta desse cais, fique
Quem sabe, amanhã, o sol raie dourado
E ao despertar da hora, tudo é um bocado
Do absoluto sonho, um dia sonhado.
Esse silêncio que vaga só
Ao meu lado acaricia-me a face
Na noite que me sorri inútil
No falso clamor da sua ausência.
Frequência extática de tic-tac incômodo
Desde o crepúsculo inquieta a alma
Luz que ascende inquieta,
Recolhendo tédios da existência.
A hora só é repouso dos mortos
É um movimento inexistente e baço
Indefinido é o cais a que me refiro
Numa cidade brilhante, de uivos e tiros.
(Cidade do Rio de Janeiro/Violência
em desmesura/Estado falido)