ESCRAVO
ESCRAVO
Quisera não ser escravo da gravidade
Furar o azul que me cobre
Acessar a divindade que não morre
Entender o infinito
E não cair no buraco negro da finitude
Saber o que há além
Porém acho-me ungido ao chão
Pregado em cruz sem madeira e pregos
Crucificado em pecado não sabido
Sabendo que jamais alçarei voo
Ao contrário
Enterrar-me-ei todo
Sem pé nem cabeça
Apenas tronco
Sem raízes ou flores
Mais uma vez escravo
Gravitando no nada
Do eterno não saber