ESCRAVO

ESCRAVO

Quisera não ser escravo da gravidade

Furar o azul que me cobre

Acessar a divindade que não morre

Entender o infinito

E não cair no buraco negro da finitude

Saber o que há além

Porém acho-me ungido ao chão

Pregado em cruz sem madeira e pregos

Crucificado em pecado não sabido

Sabendo que jamais alçarei voo

Ao contrário

Enterrar-me-ei todo

Sem pé nem cabeça

Apenas tronco

Sem raízes ou flores

Mais uma vez escravo

Gravitando no nada

Do eterno não saber

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 26/07/2017
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