VENTO SUL
Vento sul que bate
Sem nó, sem dó
Levanta poeira por onde passa
Traz um frio gelado
De carangar
Os desvalidos de cobertor
Os moradores de rua
A criança abandonada
Vento sul açoriano
Tal qual o minuano
Nos deixa assombrosos
Melancólicos
Enclausurados
Diante de uma chuva fina
Faz assobiar entre telhados
De zinco e cerâmica
Zunindo aos ouvidos
De quem caminha
Sobre as calçadas
Das ruas da minha cidade
As placas a balançar
As luminárias a se apagar
E o vento a levar
Velhas lembranças
Novas esperanças
De um novo porvir
Valmir Vilmar de Sousa (Veve) 16/07/17