Relíquias...

Hoje voltei ao passado

Um baú repleto em tecidos

Rotos e desbotados

Entre remotas fissuras

Odores e risos

Peraltices de tempos imprecisos

Aqueles odores e gostos

Que carregamos na lembrança

Ah! Tempo sem juízo

Apanhando entre um olhar e outro

As guloseimas da vó

O cantarolar na mangueira

No balanço de cipó

Caldo de manga era rio

A escorrer pelas mãos

Tão sujas que dava dó

A tardinha, aromas se misturavam

Cheiro de café, de lenha em brasa

E aroma da broa de fubá

A invadir toda casa

Doces, as tardes de sábado

Dia de fazer quitanda

De contar histórias

De tagarelar, de se misturar

Nas brincadeiras de ciranda

Estas sim, eram férias

Pique esconde e queimada

Para a meninada, coisa séria

Assistia a tudo às gargalhadas

Volto a infância

Nada mais gratificante

Meu filme precioso, infante

Dá sentido ao que somos

Daquilo que foi gostoso

Relíquias, que só você aprecia...

EMARILAINE
Enviado por EMARILAINE em 24/07/2017
Reeditado em 31/05/2021
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