Do exercício ao mental!

Libertar, libertando cada sentido, esteio,

Entre o que se recusou, o que mais escapou,

Laço, lastro, alentos para todas as essências,

Do que antes versou, por cores a vida mais tocou,

Todo o olhar muito além das simples dimensão

“Sobre a tela branca nada existe

Com anterioridade ao gesto e à vontade do pintor”...

Alegóricos, o trato pictórico, contíguas ou justapostas,

Uma engenharia gráfica transcendendo a leitura,

Legado para expor muito além dos elementos,

O cerne que se aprofunda, nada se delimita,

Todas as sensações para bem poderem olhar,

A par da matéria, material, foco, espacial extensão,

Reproduz de toda uma dinâmica além do seu tempo!

Peixão89

Paul Cézanne (1839-1906) – é um precursor & um pintor dedicado a um sonho: realizar uma obra que chegasse aos museus & que transcendesse as correntes artísticas de sua época. O sonho consagrou sua vida & transformou o fato pictórico em um exercício mental, afastado da simples contemplação. Tão irreverente como genial, jamais fez concessões artísticas. Permanentemente insatisfeito com suas conquistas, era capaz de destruir seus quadros durante um ataque de fúria. Extravagante e obsessivo, Cézanne não foi devidamente reconhecido em seu tempo, mas sua influência estendeu-se pela pintura do século XX. Contemporâneo do movimento impressionista do qual participou numa etapa de sua gestação, Cézanne, no entanto, conseguiu criar uma obra absolutamente pessoal, que não pode ser circunscrita dentro de nenhuma corrente artística.

(Coleção Folha – Grandes Mestres da Pintura)

Peixão
Enviado por Peixão em 14/08/2007
Reeditado em 08/11/2007
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