PAREDES

PAREDES

Mais uma manhã

De fronteiras cerradas

De muros erguidos

De trajetórias cansadas

De tantas paredes

De tantas redes

Que prendem consciências

Que vomitam fel

Aos que transitam perdidos

Entre mocinhos e bandidos

De tela ocasional

Entre o bem e o mal

Nada se salva

Viva alma morre

Trôpega e sôfrega

Em velocidade de luz

Trevosa

Não há poesia ou prosa

Que amenize ou alente

A difícil arte de sobreviver

A tanta gente

Pregadora e predadora

De espíritos apenados

Em veloz caminhada

Ao final do mundo

Emparedado em fronteiras

Reais ou imaginárias

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 22/07/2017
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