PAREDES
PAREDES
Mais uma manhã
De fronteiras cerradas
De muros erguidos
De trajetórias cansadas
De tantas paredes
De tantas redes
Que prendem consciências
Que vomitam fel
Aos que transitam perdidos
Entre mocinhos e bandidos
De tela ocasional
Entre o bem e o mal
Nada se salva
Viva alma morre
Trôpega e sôfrega
Em velocidade de luz
Trevosa
Não há poesia ou prosa
Que amenize ou alente
A difícil arte de sobreviver
A tanta gente
Pregadora e predadora
De espíritos apenados
Em veloz caminhada
Ao final do mundo
Emparedado em fronteiras
Reais ou imaginárias