O Trem

Lá vem o trem, que já vem, que já vem,
lá de cima não se vê ninguém,
uma luz atípica, fulgura muito além,
tremeluzia arredia, não distante do aquém.

Desce rápido, cuspindo fumaça,
arrebatando os passageiros na praça,
povos diversos se fazem ali conexos,
multiformes rostos, inúmeros reflexos.

Apressadamente, vão todos a algum lugar,
à sombra do limiar, cortam caminho, da alvorada ao luar,
mas se apresse, pois além daqui aflora um objeto,
é o trem que contempla o seu trajeto.

Segue retilínea e constante,
a máquina cortando o verdejante,
fumaça se destaca em vetor cinético,
dissipa-se tímida ao vento frenético.

Lá vem o trem, lá vem o trem,
que já vem, que já vem, que já vem,
apresse-se você também, se queres viajar,
ao revés, irá ter der caminhar ou quiça, pernoitar...

(imagem-google)
Marcus Hemerly
Enviado por Marcus Hemerly em 20/07/2017
Reeditado em 13/12/2017
Código do texto: T6059816
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