Do Ladrão - II

(Na madrugada do dia mais frio do ano - 19/07)

Frio na noite vazia : álibi pro roubador

que, se roubando (autor numa ladra autoria),

rouba da poesia; e também rouba calor :

poético cobertor para a noite mais fria.

(Caneta ponta de mel pinga palavra escrita;

e quem a lê : bonita...sonora feito cordel,

crê no poeta no céu; em manjares acredita;

mas que fome-desdita : ele só come papel!)

Na torre do degredo, livre de outra prisão,

espreita como ladrão num íntimo arvoredo...

se caça (em segredo)...rema na escuridão.

No barco, o problema (além do frio na carcaça) :

a lua que rechaça...não lhe serve um só tema.

Rouba, pois, o poema da fria noite...que passa.

Torre Três

20-07-2017

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 20/07/2017
Reeditado em 20/07/2017
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