Dig a pony (revisitado)
Façamos um brinde
À tudo o que vamos perder
Às mulheres que nunca vamos ter
E aquelas que nos farão sofrer
Aos abraços que serão negados
Aos braços
Aos beijos que serão negados
Aos lábios
Façamos um brinde
Às camas de hospitais
Aos velórios e funerais
Ao amor mal feito
Aos flertes
E aos vulgares trejeitos
À cocaína
À heroína
E à benzedrina
À cachaça de graça
À densa fumaça
E à desgraça
Ao maquinário leproso dos dias
Aos copos meio vazios
E os vazios de todos nós
Façamos um brinde, meus amigos
Ao final de todas essas hecatombes particulares
Com um pouco de sorte
Sairemos todos ilesos
E um pouco mais fortes