Na boca do tunel ignoro avisos
e entro com a coragem que ainda me sobra para desafiar deusas e deuses, protetores da solidao.  
Dispenso  proteçao - e  sonho com a eternidade da escuridao . 
          Seria , mesmo, indispensavel ,
o lamentavel  ver , para crer ?

Se algum dia meus olhos se cruzarem com os teus ,
ah ... aì , sim, rogarei  por sentimentos ateus : 
"Desvia-os dos meus ..."
 Nao queria te ver , nem te tocar , nem que me visses,
ou me tocasses . 
Queria, sim, que os olhos do corpo fossem como olhos da alma .
Esses, 
sei que para sempre estarao em todos os espaços , 
porque somos  uma idéia , um desejo , um pensamento , 
um abraço sem braço . 
Sendo uma idéia, um desejo, um pensamento , nao conheceremos lagrimas, ou lenços 
e para todo o sempre
veremos o que cremos , nao o que vemos . 
Tenho medo de mal ver , nao crer e te perder .

Olha, 
nao quero a luz no fim do tunel . 
          
Nao quero algum dia ser  a ultima vez para ti , 
nem que algum dia sejas a ultima vez , 
para mim .
        Deixa assim...
Miriam Dutra
Enviado por Miriam Dutra em 13/08/2007
Reeditado em 16/02/2010
Código do texto: T605879
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.