Fuga do pesadelo

Fuga do pesadelo

Eu me vejo correndo em disparada

Em meio a uma escuridão de um pesadelo

Passo por abismos, florestas, cidades,

E por jardins desfloridos que mais se assimilam com cemitérios

Uma chuva torrencial desaba sobre mim

Gotas de sangue me molham até a alma

O fôlego se esgota, estou derreado

Bem devagar eu tento respirar

Paro, por um súbito instante, pereço

Revivo, e olho para as nuvens negras que derramam sangue funesto

Cada gota tira lascas de minha pele

Ácido...

E não só isso

Um fedor entra pelas narinas

Um cheiro que invade as entranhas

Pestilencial, brutal, aterroriza ainda mais...

Agoniado, começo a me debater ao chão abrasador...

Os olhos devagarinho vão se revirando, se fechando...

Eu tentava pedir socorro

Mas o som não saia...

Parecia ser a minha hora...

Mas tento uma última saída

Mentalmente eu clamo pedindo uma solução

Choro do fundo da minha alma dilacerada, peço, meu Deus me ajuda!

Eu imploro por socorro

Grito internamente tão alto

Que um anjo do Senhor se transporta ao macabro pesadelo, que ali estou

A cintilância do ser celestial

Afugenta toda treva

Me sopra um ar sereno

Começo a me sentir diferente

Ao fundo as árvores mortas ganham cores

A cena acromática, se torna colorida, com vida

Uma força interior me sustenta de pé

Consigo respirar, ganho firmeza nos pés

O cheiro putrefacto, desaparece

As cicatrizes são curadas

Minha alma é totalmente lavada

Já não existe mais marcas de manchas em mim.

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 17/07/2017
Reeditado em 18/07/2017
Código do texto: T6057386
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