Contrários
suores do medo
nas armadilhas.
há cheiro de lixo
no ar.
na boca
a língua invade
estrelas.
ventos contrários
seguem a rota
dos morcegos
quase mortos.
rios mostram-se rasos.
insistem as sementes
em brotar amanhã.
voam palavras,
cortam medo.
cruzam o tempo
de ser e sonhar.
as horas sugam
a poeira longe
dos olhos.