POEMA DO ENCONTRO.
Caminho, o vento frio
me acompanha,
me traz o melhor das flores,
sinto e não as vejo,
onde estará as donas que
me cortejam,
lá longe um rio se espreme
entre as pedras,
na poeira rastros dos pássaros
que minutos antes desfilaram
na fina terra,
onde andam agora estes tatuadores
de estradas,
não sei, nem de mim tenho noticias,
me extravaso, atravesso muros,
um capucho de nuvens me apascenta,
o céu é de fato para poucos,
este espaço onde as igrejas
prometem me depositar,
mas como, não doei um dinheiro,
e Deus cobra, para dele desfrutar,
me recolho, a estrada é reta,
meu pensamento é torto,
o vento me abana,
leva meu capucho,
vou perdendo minha transição
neste fim de caminhada,
dou meia volta, refaço meus passos,
agora, na contramão do vento,
abro minhas janelas,
enquanto o mundo gira,
vou me reconstruindo,
juntando meus retalhos,
vou de encontro a Deus,
enquanto a alma ardi
ele me ensina os atalhos,
sorrindo me diz : Não precisa de dinheiro
para entrar em minha morada.