Céu Azul
Vendo uma poda de um abacateiro...
Um azul em suas folhas...
Entre elas...
Azul, azulado céu azul...
Esquecendo a poda e sentado na grama...
Esse azul azulado azul...
Os olhos clareados pelo sol...
O universo azulado e raiado...
Num azul prateado, amarelado... Esse anil claro...
Céu azul...
Paira a paz, nesta guerra de mundos...
Mundos e seus medos...
Azulados cabelos dos mundos sem medo...
Sem apelos, sem desgostos...
Azulado céu escarlate, e suas obsessões...
O azul mergulhado nos olhos encantados num dia escurecido de almas...
Que repartem suas partes sem metades...
Num voo baixo...
Numa terra marrom maquiada de verde...
Lambuzada de passos, repasses, entre passos...
Semeados, recolhidos e colhidos...
Em qualquer passo que se foi...
Firme terra marrom, que desequilibra...
Tonteia, num golpe para o chão...
Como voar sem chão para equilibrar o sem firme terra...
Num central ponto do corpo...
Coração...
Um silencio um sossego, um corpo parado e translado e azulado enrolado pelo dia e seus tempos...
Azul em todo tempo...
A poda absorvida...
Pela vontade de sua sombra...
Escura e cinza azulada...
Nesse mar marrom...
Nesse verde esverdeado de ilhas pensantes...
Demora que enrola e rola para mais tempos azuis...
Uma poda de rotina morta e sem cor...
Num azul azulado que devora...
Num marrom que sustenta o faminto...
Numa esverdeada degustação...
Satisfeito...
Pela sua poda da alma, feita pelo tempo.