SEDE OCEÂNICA

O teto do teu oceano

É o piso da minha desolação,

Todo o teu comprometido azul

É fôlego que jamais poderei ter.

Tua profundidade de mistérios inconfessos

É refúgio dos meus anseios mais sinceros.

A surdez da tua cortante indiferença

É o elo que almejo com amor despedaçar.

O olhar drenado de toda mudez

É o milagre que pretendo em ti operar

Senão mesmo em meio à vastidão das águas

Que com primor a faz, morrerei de sede oceânica.