No frio do inverno
O inverno chega manso
com o crepitar da lareira
E com o vento no telhado
Com ele trás o rangido da madeira
e os pássaros no fio de luz amontoados.
Leve, levemente a chuva abraça
a natureza ao seu redor
como numa antiga canção de ninar
A vidraça pouco a pouco embaça
e os pingos escorrem como lágrimas perdidas.
Nestes dias fico dividida
entre correr pelos campos molhados
de pés descalços
ou me enrolar numa manta macia
e ser acariciada pelo calor.
o café esfria
e serenamente, como envolvida em magia
adormeço, para sonhar os sonhos que serão apenas meus.