Meu coração queima

Meu coração queima,

ainda.

enquanto bate,

e eu ando cego pelas ruas,

com medo de ser engolido pelo meu próprio abismo.

Meu coração queima,

e eu ardo por consequência,

quando bebo, fumo, amo, fodo e

fodo.

E há quem me censure,

pelo uso deliberado de palavras torpes,

nestes versos

e ainda mais pela vida que levo

Mas eu digo-vos.

Não existem palavras inadequadas

quando seu peito queima espontaneamente,

de dentro para fora

você só quer apagá-lo,

para não ser devorado.

Daí a cerveja,

o vinho

e o abraço frio das mulheres com quem me deito,

sem que nada nos una além do sexo.

Mas o incêndio continua, descontrolado.

E vou vagando feito cego em tiroteio

esperando uma bala

ou um par de olhos

que me tragam de volta à realidade.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 13/07/2017
Reeditado em 13/07/2017
Código do texto: T6053638
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