Meu coração queima
Meu coração queima,
ainda.
enquanto bate,
e eu ando cego pelas ruas,
com medo de ser engolido pelo meu próprio abismo.
Meu coração queima,
e eu ardo por consequência,
quando bebo, fumo, amo, fodo e
fodo.
E há quem me censure,
pelo uso deliberado de palavras torpes,
nestes versos
e ainda mais pela vida que levo
Mas eu digo-vos.
Não existem palavras inadequadas
quando seu peito queima espontaneamente,
de dentro para fora
você só quer apagá-lo,
para não ser devorado.
Daí a cerveja,
o vinho
e o abraço frio das mulheres com quem me deito,
sem que nada nos una além do sexo.
Mas o incêndio continua, descontrolado.
E vou vagando feito cego em tiroteio
esperando uma bala
ou um par de olhos
que me tragam de volta à realidade.