CORVOS

Corvos sobrevoam

A minha cabeça.

Talvez sejam estes excessivos

Pensamentos sobre a morte,

Esta teimosia em escrever

Poesias tristes, de somenos,

De bem menos, menos vida.

Até mesmo as palavras soam sofridas,

Cansadas das feridas, feitas de solene mistério

Para alcançarem desejos fúnebres e etéreos

Esperando tombar do papel

Para a inclusiva sepultura.

Corvos sobrevoam

A minha cabeça

Crocitando trágicos arautos

Melodia fatalista, perigos

Que viram poesia,

É sina!