Minha árvore
Meu quintal tem um árvore,
nela canta um sabiá,
ou bem-te-vi, sei lá,
eu não sei se é uma jaqueira,
pode ser uma paineira,
solta paina,
com tanta faina,
parece nevar no chão,
ela está ao meu leste,
é através dela que o sol nasce,
e bota a sombra em meu quarto,
cheio de preguiça eu me farto,
aquela árvore me enche de sono,
ela é minha cortina,
ela é minha sabatina,
e acho que nunca irei saber,
se é bem-te-vi, ou sabiá
se dá jaca ou paina,
é por ali que nasce o sol,
pode ser um rouxinol
mas daquela árvore emana,
como sonhos de festim
uma paz que não tem fim