Carnaval

Prata e preto, preto e prata,

Sob as lindas luzes da avenida,

Ela brilhando me fez feliz em exata medida

E criou em mim uma lembrança grata.

Meu tempo não é o dela - nos separam muitos carnavais -

E nada farei por esse meu estúpido coração menino,

Se minha razão vigia e implora retomar meu tino

Para buscar paz e amor, não mais paixões eventuais.

Sambar não sambo, cantar não canto.

Seguia seus passos no ritmo da passarela.

Ela alegre, bela e solta, eu distância mantida, bem perto dela,

Cujo balanço me envolvia e na “festa da carne” tornei-me santo.

Sua beleza menina, tímida, doce e tranqüila,

Eu cuidava para que não me fosse perdida,

Ela, em rodopio, sorria e cantava na multidão aturdida

E o meu carnaval, por causa dela, chamou-se Kamila.