Prometeu do Agreste
A vida não lhe terá pena
Apenas a avidez por tuas vísceras
Ressecando, espalhadas no asfalto
E um abutre faminto
Beliscando o teu fígado
Pela eternidade
Oh, Prometeu ingênuo
Dos Cerrados e Caatingas
Não adianta a espera
Dos santos redentores
Nem a lágrima liberada
Na expectativa da piedade
Levante-se e ande
Por tua conta e risco
Por sobre as águas
E alça o teu voo
No infinito azul
E na tua plenitude
Saibas sempre ganhar
A liberdade escondida
E aquele fogo que é teu
Distribuas a quem merece
A quem queira a luz
Da vida iluminando o eixo do sol