Clave de Lua
A vida sem ti seria dó maior
Um sorriso em sol menor
Uma cadência de engano
Um intervalo dissonante
Uma felicidade semibreve
No descompasso sincopado
De um coração lanceado
Por não compor-lhe;
Entretanto, despir-se dessa armadura
Talvez fosse a clave de meu sol
Que sempre será da lua
Que está para desespero lírico da noite
Onde o vinho de Dionísio
Embriaga a lira de Apolo
Saturno me devora na harmonia
Da comédia para qual me entrego,
Enquanto privo-me da apoteose
Trágica fervendo em meu cerne,
Ou talvez uso-me errado
Para vir a ser uma tragicomédia.