Só por que...

Não era época de plantio,

nem foi um sonhador vadio,

foi espontânea,

chegada pelo vento,

não constava em coletâneas,

a terra não foi arroteada,

não atraía muitas abelhas

só foi causa de um momento,

decorava só o campo,

mas era seu o campo inteiro

o mundo o seu canteiro,

nunca foi a casamento,

nunca foi a nada solene,

era o atavio da Irene,

a flor da Irene,

não lembrava em jazigos,

a partida de amigos,

não evocava nada,

nem diários ou namorada,

mas tinha suave aroma,

era a bela no agreste,

ela não fazia nada,

só se fazia dengosa,

não instruía poesia,

nem era sazonal,

só era paisagem do dia,

vivia à toa , vadia

só por que...

não se chamava rosa

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 09/07/2017
Reeditado em 09/07/2017
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