PARAGEM

Incertezas transbordam dos poros,

Me perco nessa ilusória repetição da percepção vasta

Dos sentidos errantes.

Sou olhos de não sei quem

Festa de palavras tristes

Sou a paragem,

O azul de não ser.

Sou a existência vazia.

A estagnação do movimento vivo

A perda de tudo o que faz sentido.

(Desescrever o que dito já foi desdito,

Subtraí-lo da memória subjacente,

Perpassar o tempo.

Palavras muleta, palavras abrigo)

Há esse frio que navega dias, paralisa órgãos,

refaz sem cessar problemas já dissolvidos

Acarreta voltas em torno de lugar nenhum.

Lua Perudá
Enviado por Lua Perudá em 07/07/2017
Reeditado em 07/07/2017
Código do texto: T6047743
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