PARAGEM
Incertezas transbordam dos poros,
Me perco nessa ilusória repetição da percepção vasta
Dos sentidos errantes.
Sou olhos de não sei quem
Festa de palavras tristes
Sou a paragem,
O azul de não ser.
Sou a existência vazia.
A estagnação do movimento vivo
A perda de tudo o que faz sentido.
(Desescrever o que dito já foi desdito,
Subtraí-lo da memória subjacente,
Perpassar o tempo.
Palavras muleta, palavras abrigo)
Há esse frio que navega dias, paralisa órgãos,
refaz sem cessar problemas já dissolvidos
Acarreta voltas em torno de lugar nenhum.