BICHO ACUADO

Hoje me chamam velho

Já me chamaram criança

Fiz parte da juventude

Fui parte de uma esperança

Vivo na cidade grande

Sou pobre não tenho nome

Eu faço parte da massa

Sou mais um dos zés com fome

Sou como um bicho acuado

Com vontade de correr

Cidade grande me expulsa

No mato não sei viver

Sou um pássaro na gaiola

Tenho a alimentação

Troquei pela a liberdade

Não vivo mais no sertão

Não conheço os arvoredos

Não como a mesma semente

Esqueci os meus gorjeios

Hoje canto diferente

Caíram partes das penas

O resto mudou de cor

E as sementes que como

Não tem o mesmo sabor.

POETA LIMA
Enviado por POETA LIMA em 06/07/2017
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