A ROSEIRA E O JARDINEIRO

Por muito tempo a roseira

Culpou o jardineiro pelas cicatrizes

Abertas em si durante o crescimento, seja pela poda,

Pelo direcionamento da guia, pelos botões caídos.

Madura deixou de atribuir a ele acusações

Não podia odiá-lo pela crença dele de bem,

Por aquilo que pensou ser o melhor, afinal, era seu pai.

Entendeu que as feridas a fizeram crescer resistente,

Mais forte mais disposta às gentilezas e belezas.

Hoje suas folhas caem tingindo o chão com tempo,

Reconhece nos atos do jardineiro o ônus e bônus do amor,

Das tentativas tomadas pela involuntária dureza das mãos.