Ave fênix
Andava de um lado ao outro,
Sem parar
Sua sola sangrava
Batia cabeça com sua própria sombra
Tropeçava em seu minimo chão...
Seu pensar ultrapassava a estratosfera,
Viajava no mais profundo fim de linha
Navegava em nuvens negras
Voava, caia, subia
Ultrapassando a lógica, a realidade...
Foi decretado por uma voz nada familiar
A pós - morte - dele
E estirado foi para seu cárcere privado
Privado de sonhos, de metas, de vida...
Entre quatro paredes
Era esmagado, apertando...
Descompassado...
Árduo e sereno, confuso
Seu barril de pólvora estava aceso
Prestes a explodir
A pressão que estava sentindo, o tornava inacessível
Calafrios misturados com dormência
Seu peito estava rasgando
Sua mão parecia ter mal de Parkinson...
A cada fisgada, a nua e crua verdade prendia
A inércia acabaria
Mas sua vida estava por um fiapo, uma linha tênue tão frágil
Que romperia com um assopro...
Passou um filme de drama, suspense, amor, comédia e infantil em sua vida, em segundos
Ele teve medo de partir...
Há quem diga que ele nascerá naquele dia cinco de julho
Relatos de que as cinzas da maca onde ele foi socorrido, ficaram como recordação...